Base do governo na Câmara inverte pauta para votar primeiro projetos que alteram a carreira dos servidores
Após alguns líderes de bancadas aceitarem o pedido do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) para inverter a pauta e colocar em votação projetos que atingem o funcionalismo municipal, a Câmara de Vereadores não conseguiu avançar na discussão da pauta nas duas sessões plenárias realizadas ontem, dia 11/07 (uma sessão ordinária e a outra extraordinária), devido às manifestações em contrário por parte dos servidores públicos municipais.
Ainda assim, seguem previstas votações para as sessões extraordinárias de hoje (12/07), amanhã (13/07) e para a sessão ordinária de segunda-feira (16/07). Com isso, o prefeito Marchezan pretende que os projetos do seu pacote, com propostas que alteram e prejudicam a carreira do funcionalismo, seja apreciado antes do recesso parlamentar, que inicia o dia 17/07.
A ASCONTEC se manifesta contrária às medidas que retiram direitos dos servidores públicos e acompanhará o posicionamento dos vereadores em relação à apreciação dos projetos.
Tumulto
O presidente da Câmara de Vereadores, Valter Nagelstein (MDB), pretendia impedir a população de acompanhar as próximas sessões, mas uma liminar concedida pela Justiça a um pedido do vereador Mauro Zacher (PDT) garante o direito de que as galerias sejam ocupadas até o limite da sua capacidade.
Na tarde do dia 11/07, a maioria dos servidores que estavam na Câmara para acompanhar a sessão foram impedidos de acessar as galerias, mesmo com espaços vagos. Muitos ficaram do lado de fora da Câmara, que teve as entradas fechadas por determinação de Nagelstein.
A medida provocou tumulto em frente à entrada do plenário e das duas principais portas de entrada da Câmara, por parte das pessoas que tentavam acessar o espaço. As manifestações, neste primeiro dia de votações, foram reprimidas, inicialmente pelos seguranças da Câmara e pela Guarda Municipal e, posteriormente, pela tropa de Choque da Brigada Militar.
A ASCONTEC avalia como negativo esse desfecho, pois entende que o debate dos projetos e a participação dos servidores, que são parte interessada, foram prejudicados com a ação de impedir o acesso à Câmara.
A entidade, embora não compactue com práticas de depredação como algumas realizadas ontem, entende que estes casos foram isolados e não representam a vontade da maioria da servidores que ali estavam. Dessa maneira, considera que a repressão dos agentes de segurança foi desproporcional à força empregada pelos manifestantes.
A ASCONTEC espera que cenas de conflito e agressão a servidores não se repitam nos próximos dias.
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